O estranho rock do Leprous em pleno Carnaval de SP

Leprous 4
O jeitão social do Leprous no show que abalou o Carnaval de SP

Mais um domingo de chuva com show de metal em uma casa de pagode. Por isso São Paulo é tão legal. Em um fim de semana em que a cidade respirava Carnaval, com blocos disputando espaço a cada bairro, optei por ir ao Carioca Club, em Pinheiros, para ver os noruegueses do Leprous. Que puta show os caras fizeram!

O Leprous é uma banda de metal (ou rock?) progressivo relativamente nova. Lançou em 2017 o quinto álbum de estúdio, Malina. Desde 2001 na estrada, trocou algumas vezes de integrantes e de sonoridade também. No início, soava mais pesado, mais dark. Hoje, tem uma pegada mais lírica, complexa.

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Como todo som que vem da Noruega, logo pensamos na influência do black metal. Mas, apesar de os integrantes do Leprous apoiarem as apresentações do cantor Ihsahn (do Emperor), o som da banda não chega a ser tão sombrio, apesar do ar meio melancólico.

Aliás, é difícil (e improdutivo) classificar o som dos caras. Só sei que contagiou os cerca de 300 metaleiros que foram ver a primeira apresentação do grupo no Brasil, com camisetas do Opeth, Gojira, Deftones.

A noite começou lenta com a bonita música Bonneville, que abre o disco Malina. Lenta e meio estranha. Liderado pelo vocalista e tecladista Einar Solberg, o grupo parece estar no palco de uma festa de casamento: todos de camisa (tirando o baterista Baard Kolstad), os cabelos curtinhos bem cortados, o jeitão de bons moços. Só que, de repente, quando você menos espera, eles explodem. Cada um vai para um lado, se cruzando no palco, num intenso movimento de headbanging (as cabeças subindo e descendo violentamente). Em alguns momentos, fiquei com receio de um deles dar uma cabeçada no braço da guitarra ou do baixo. Mas é um caos dosado que dá muito certo no palco.

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O grandalhão e meio desengonçado Einar parecia em surto epiléptico quando guitarra, bateria e baixo marcavam as pancadas sincopadas que são marca registrada do Leprous. Para depois encantar a plateia com uma voz limpa e melódica, regendo a galera com os braços erguidos em canções como Foe e The Valley, as duas do álbum Coal (2013).

Mas o bicho pegou pra valer mesmo na parte final do show. Depois de um cover do Massive Attack, emendaram The Price, Third Law e From the Flame para fechar a noite. As duas primeiras, do disco The Congregation (2015), botaram todo mundo para cantar em coro diante de uma banda visivelmente surpresa com a reação dos fãs.

Fica um destaque especial para a produtora Overload, dona do festival de mesmo nome e que, mais uma vez, traz para o Brasil novos nomes do rock e do metal. Boa, galera!

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