
Botaram uma noite de metal na programação do festival Red Bull Music Academy, que rola em São Paulo de 2 a 11 de junho e tem como homenageado principal o grupo de rap Racionais MC’s. Como o espaço está cada vez mais minguado para os metaleiros, uma iniciativa desse tipo é de aplaudir. Vou lá conferir! A pegada experimental, de vanguarda, que é a tônica do evento, também se mantém na seleção das atrações que tocarão no Centro Cultural São Paulo, nesta quinta (8 de junho).
Chamada de Ruído em Progresso, a noitada dá preferência a grupos que inovam a música pesada com uma atmosfera lisérgica, efeitos que parecem trilhas sonoras de filme de terror e vocais sussurrados ou gritados. Na falta de um rótulo melhor, mais esclarecedor, esse tipo de som é definido como pós-punk ou pós-metal. Assim como a pós-modernidade, não quer dizer muita coisa. O que importa aqui é criar um clima, uma atmosfera que embala o público em uma viagem cujo destino é mais próximo do inferno do que do paraíso.
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Uma das bandas é o Rakta, trio paulistano formado por Paula Rebellato, Carla Boregas e Nathalia Viccari. Baixo, voz, teclado e bateria — elas dispensaram a guitarra — se misturam num som cheio de ecos e sintetizadores. O Rakta lançou seu segundo álbum, III, no fim de 2016. De acordo com a programação, as garotas vão participar de uma performance inédita ao lado da lendária banda de punk dos anos 1980 As Mercenárias, que tem Sandra Coutinho como a única integrante da formação original.
Quem também promete quebrar tudo é o grupo de black metal baiano Mystifier, que deve apresentar músicas dos discos Wicca (1992), Goetia (1993) e Profanus (2001). Pioneiros do gênero no Brasil, ao lado dos mineiros do Sarcófago, uma das influências declaradas, os caras do Mystifier continuam na ativa berrando letras proibidas para a família cristã em show com braceletes de couro, pulseiras de espinho e corpse paint (a pintura de cadáver típica das bandas de black metal).
Ruído em Progresso nesta quinta no CCSP. Vamos colar lá?