
Max Cavalera ofereceu tudo o que os metaleiros desejavam neste domingão no Audio Club, em São Paulo. À frente do Soulfly, o lendário vocalista do Sepultura misturou um apanhado de hits da ex-banda, canções novas do disco Archangel e combinou homenagens a Lemmy, do Motörhead, Pantera, Metallica, Iron Maiden… A apresentação, que teve abertura dos paulistanos do Project46, fez parte da turnê do Soulfly pela América Latina. Antes, eles rodaram o país com passagens por cidades como Fortaleza, Rio de Janeiro, Ribeirão Preto e Florianópolis.
A casa lotou e uma imensa roda se formou no centro da pista, com a galera se matando a cada música, a maioria pedindo por sucessos do Sepultura. A sequência inicial, no entanto, foi composta por três músicas de Archangel, álbum lançado em 2015, We Sold Our Souls to Metal (com potencial de se tornar em breve um hino dos metaleiros), Archangel (a pesada faixa-título) e Ishtar Rising.
+ A treta do D.R.I e o show que não rolou (de novo)
Com a reputação de ser o maior embaixador do metal nacional, Max sabe que está ali nessa posição, tem o público na mão e, mesmo sem os estouros de energia do passado, conduz a plateia facilmente, com pequenos gestos. Achei que no início do show ele poupou demais a voz, não sei se estava baleado, mas cantou limpo, sem rasgar os refrões. Em compensação, sua banda (Marc Rizzo na guitarra, Mike Leon no baixo e Zyon Cavalera na batera) mantém a temperatura nas alturas.

A coisa explodiu mesmo com a dobradinha Refuse/Resist e Territory, duas pauladas do Sepultura executadas num fôlego só. Aí, a pedido de Max, a roda abriu e tomou quase metade da pista. Berros esgoelados em sintonia no Audio Club! Foi preciso apenas acender o fósforo e o resto pegou fogo naturalmente. Se fosse para fazer uma analogia, penso no Max Cavalera atual como o Godzilla emergindo de um mar radioativo, lento e destruidor. Sim, ele parece um monstro com aquele tamanho todo, os dreads gigantes no cabelo e o andar pesado.
E, depois de uma saída rápida do palco, o Soulfly voltou com uma grata surpresa: Iggor Cavalera assumiu as baquetas para tocar Roots Bloody Roots, mais uma do Sepultura, e relembrar a parceria com o irmão. Foi ovacionado e correspondeu às expectativas com uma saraivada de golpes.
Outro monstro, Lemmy Kilmister, vocalista do Motörhead morto no final de 2015, foi lembrado com carinho por Max. Os dois eram bons amigos e aprontaram muita merda juntos. Max conta na sua biografia que eles se conheceram num bar em Londres, onde Lemmy derrubou um copo de uísque na cabeça do brasileiro. Para homenageá-lo, Max cantou o clássico Ace of Spades. Com um repertório cheio de referências (trechos de Pantera, Metallica e Iron Maiden, entre outros) o Soulfly aprontou uma farra sem muitas regras e agradou bastante o público.
Ponto negativo: por que aquela pista VIP bastarda e inglória num show desses!? Não dá.
[…] 2016, contei como foi ver o Soulfly em São Paulo, com um Max endiabrado soltando hits do Sepultura, Pantera e Motorhead, injetando na plateia uma […]
[…] + Saiba o que rolou no show do Soulfly neste domingo […]