
O que falar do novo álbum do Rob Zombie, lançado ontem (29), com um título quilométrico e músicas curtíssimas (quase todas com menos de três minutos)? É, sem dúvida, um dos mais engraçados dos últimos anos, a começar pelo nome: The Electric Warlock Acid Witch Satanic Orgy Celebration, repetido à exaustão na primeira faixa do disco, The Last of the Demons Defeated. Nem me arrisco a traduzir! Está mais pesado que os anteriores, com boas frases de guitarra (naquela pegada industrial) e elementos eletrônicos, samplers e sintetizadores tudo misturado. Agora, para alívio dos fãs, o conteúdo é tão obsceno quanto esperávamos. Quando botei para tocar na Apple Music, metade das faixas tinha aviso de restrição.
+ É preciso falar sobre o Dream Theater
Zombie é um fanfarrão do metal. Não chego a me entusiasmar tanto com as suas músicas, mas gosto do espírito de porco dele, sempre brincando com referências de filmes B, clássicos do terror e ficção científica. Ele não leva as suas loucuras a sério, e isso é bom. Talvez por posar como um pastiche de si mesmo, conquistou o mainstream, assim como Marilyn Manson e Alice Cooper. Todos eles são loucos, mas teatrais, deixando claro que estão fazendo arte. Não consigo olhar para ele e não me lembrar do Frank Zappa, fazendo gracinha e abusando do humor.
Além do álbum novo, o cinquentão atacou de novo como diretor no longa-metragem 31, divulgado no começo do ano no Festival de Sundance. A proposta do filme é um jogo no qual cinco pessoas são sequestradas e mantidas reféns, sendo que o objetivo é sobreviver ali dentro. Deve ser lançado no Brasil nos próximos meses pela distribuidora Europa Filmes.
Quer um aperitivo de The Electric Warlock…? Dá uma olhada no trailer bizarro e tosco de Well, Everybody’s F*****g in a U.F.O, a quarta faixa do disco cuja letra fala sobre alienígenas tarados e astronautas que se masturbam durante a aula.
Para quem não sabe, Zombie foi diretor de arte de uma revista pornô antes de subir aos palcos.