Onde estão os filmes de terror nacionais?

É triste pensar que na nossa cinematografia os filmes de horror são tão raros. Fala-se apenas em Zé do Caixão, e o assunto morre aí mesmo. Fiz um exercício pessoal a fim de tentar lembrar qual foi o último longa de terror brasileiro que eu vi. Lembrei então de “Fronteira”, do mineiro Rafael Conde. Imagino que pouquíssimas pessoas tenham visto. Mas chegou a ficar em cartaz por algumas semanas no finado Belas Artes (graças à benevolência de André Sturm), um dos últimos cinemas de rua de São Paulo que resistiram à invasão dos blockbusters.

FRONTEIRA Alexandre Cioletti - foto Bianca Aun

Mas, enfim, o filme de Conde é de 2008. E é bom pra caralho, dá para baixar ou pegar na locadora. Adaptação da obra do maldito Cornélio Penna, escritor de Petrópolis que morreu nos anos 1950. O que importa é a atmosfera que o diretor consegue criar nos casarões do interior de Minas, onde um viajante encontra uma garota que vive presa no quarto. Dizem que ela é santa.

FRONTEIRA Berta Zemel  - foto Bianca Aun

Numa entrevista que fiz com Conde para a revista Trópico (http://www.revistatropico.com.br/tropico/html/textos/3041,1.shl), ele diz que “o livro é narrado em primeira pessoa e na teoria era para o leitor entender melhor o protagonista, o que não acontece. Ele não dá pista; uma hora é profano e fala de pecado, em outra se comporta como seminarista. É algo muito confuso. O próprio Cornélio era uma figura muito esquisita. Ele morreu de câncer, e não deixava ninguém examinar seu corpo”.

Coloco o trailer do filme abaixo para entrar no clima:

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